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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Conheceis a velha soberana do mundo, que sempre caminha e nunca se cansa?
Todas as paixões desregradas, todas as voluptuosidades egoístas, todas as forças desenfreadas da humanidade e todas as fraquezas tirânicas precedem a proprietária avarenta do nosso vale de lágrimas, e, com a foicinha na mão, estas operárias infatigáveis fazem uma eterna colheita.
A rainha é velha como o tempo, mas esconde o seu esqueleto sob os restos da beleza das mulheres que ela rouba à sua juventude e aos seus amores.
A sua cabeça é coberta de cabelos frios que não lhe pertencem. Desde a cabeleira de Berenice, toda brilhante de estrelas, até os cabelos encanecidos precocemente, que o algoz cortou da cabeça de Maria Antonieta, a espoliadora das frontes coroadas enfeitou-se com os despojos das rainhas.
O seu corpo pálido e gélido está coberto de enfeites desbotados e mortalhas de trapos.
Suas mãos ósseas e cheias de anéis seguram diademas e ferros, cetros e ossos, pedrarias e cinzas.
Quando ela passa, as portas se abrem por si mesmas; entra através das pareces, penetra até nas alcovas dos reis, vem surpreender os despojadores do pobre nas suas mais secretas orgias, assenta-se à sua mesa e lhes dá de beber, sorri aos seus cantos com seus dentes sem gengivas, e toma o lugar da cortesã impura que se esconde sob as suas saias.
Gosta de andar junto dos voluptuosos que se adormecem; procura as carícias como se esperassem aquecer-se nos seus abraços, porém geral tudo o que toca e não se aquece nunca. Todavia, às vezes, diríamos que está com vertigem; ela não passeia mais com lentidão, corre; e se os seus pés não são muito rápidos chicoteia as ancas de um cavalo pálido e o lança todo estafado através das multidões. Com ela galopa o assassinato num cavalo russo; o incêndio, estendendo sua cabeleira de fumaça, voa diante dela, movendo suas asas vermelhas e negras, e a fome e a peste a seguem passo a passo, em cavalos doentios e descarnados, catando as raras espigas que ela esquece para completar sua ceifa.
Depois deste cortejo fúnebre, vêm duas crianças radiantes de sorriso e de vida, a inteligência e
o amor do século futuro, o duplo gênio da humanidade que vai nascer.
Diante deles, as sombras da morte recuam como a noite diante das estrelas da aurora; lavram a terra com ligeireza e semeiam nela, a mancheias, a esperança de um outro ano.
Porém, a morte não virá mais, implacável e terrível, roçar, como mato seco, as espigas maduras do século vindouro; ela cederá o lugar ao anjo do progresso que desprenderá suavemente as almas da sua cadeia mortal, para deixá-las subir para Deus.
Quando os homens souberem viver, não morrerão mais; transformar-se-ão como a crisálida que se torna uma borboleta brilhante.
Os terrores de morte são filhos da nossa ignorância, e a própria morte não é tão horrenda
senão pelos restos de que se cobre e as cores sombrias com que se rodeiam suas imagens. A morte é verdadeiramente o trabalho da vida.
Existe na natureza uma força que não morre, e esta força transforma continuamente os seres para os conservar. Ela é a razão ou o verbo da natureza.
Existe também no homem uma força análoga à da natureza, e esta força é a razão ou o verbo do homem. O verbo do homem é a expressão da sua vontade dirigida pela razão.
Este verbo é onipotente quando é razoável, porque então é análogo ao próprio verbo de Deus.
Pelo verbo da sua razão, o homem faz-se conquistador da vida e pode triunfar da morte.
A vida inteira do homem é somente parturição ou abortamento do seu verbo. Os entes humanos que morrem sem ter entendido e sem ter formulado a palavra de razão, morrem sem esperança eterna.
Para lutar com vantagem contra o fantasma da morte é preciso ter-se o homem identificado com as realidades da vida.
Que importa a Deus um aborto que morre, desde que a vida é eterna? Que importa à natureza um desvario que perece, desde que a razão sempre viva conserva as chaves da vida?
A força terrível e justa que mata eternamente os abortos foi chamada, pelos hebreus, Samael; pelos orientais, Satã; e pelos latinos, Lúcifer.
O Lúcifer da cabala não é um anjo maldito e fulminado, é o anjo que ilumina e que regenera queimando; é para os anjos de paz o que o cometa é para as tranqüilas estrelas das constelações da primavera.
A estrela fixa é bela, radiante e calma; ela respira os celestes aromas e olha com amor as suas irmãs; vestida com sua roupagem esplêndida e a fronte ornada de diamantes, ela sorri, cantando o seu cântico da manhã e da tarde; goza um repouso eterno que nada poderia perturbar, e caminha solenemente, sem sair do lugar que lhe é determinado entre as sentinelas da luz.
Contudo, o cometa errante, todo ensangüentado e desgrenhado, acorre das profundezas do céu; precipita-se através das esferas tranqüilas, como um carro de guerra entre as fileiras de uma procissão de vestais; ousa afrontar a espada flamejante dos guardas do sol, e, como uma esposa apaixonada que procura o esposo sonhado pelas suas noites de viuvez, penetra até o tabernáculo do rei dos dias, depois foge, exalando os fogos que o devoram e arrastando após si um longo incêndio; as estrelas empalidecem ao seu aproximar, os rebanhos constelados que pastam flores de luz nas vastas campinas do céu parecem fugir do seu sopro terrível. O grande conselho dos astros se reúne, e a consternação é universal: a mais bela das estrelas fixas é, enfim, encarregada de falar em nome de todo o céu e propor a paz ao mensageiro vagabundo.
Meu irmão – diz ela – por que perturbas a harmonia das nossas esferas? Que mal te fizemos nós e por que, em vez de errar ao acaso, não te fixas no teu lugar na corte do sol? Por que não vens cantar conosco o hino da tarde, enfeitado, como nós, com uma roupa branca que se prende no peito por um broche de diamante? Por que deixas flutuar, através dos vapores da noite, a tua cabeleira, da qual escorre um suor de fogo? Oh! Se tomasses um lugar entre os filhos do céu, quanto parecerias mais belo! A tua fronte não ficaria mais inflamada pela fadiga da tua carreira inaudita; teus olhos seriam puros e tua fronte sorridente seria branca e avermelhada como a de tuas felizes irmãs; todos os astros te conheceriam, e, longe de temer a tua passagem, se alegrariam ao teu aproximar; porque estarias ligado a nós pelos laços indestrutíveis da harmonia universal, e a tua existência seria mais uma voz no cântico do amor infinito.
E o cometa responde à estrela fixa:
Não creias, ó minha irmã, que possa errar ao acaso e perturbar a harmonia das esferas; Deus traçou meu caminho como o teu, e se a minha carreira te parece incerta e vagabunda, é porque os teus raios não poderiam estender-se tão longe para abarcar o contorno da elipse que me foi dada por carreira. A minha cabeleira inflamada é o fanal de Deus; sou o mensageiro dos sóis e fortaleço-me nos seus fogos para os partilhar no meu caminho aos novos mundos que ainda não têm bastante calor, e aos astros envelhecidos que têm frio na sua solidão. Se me afadigo nas minhas longas viagens, se sou de uma beleza menos atrativa do que a tua, se o meu enfeite é menos virginal, não deixo, por isso, de ser, como tu, um nobre filho do céu. Deixa-me o segredo do meu destino terrível, deixa-me o espanto que me rodeia, amaldiçoa-me, se não podes compreender-me: não deixarei, por isso, de realizar a obra que me foi imposta e continuarei a minha carreira sob o impulso do sopro de Deus! Felizes das estrelas que repousam e que brilham, como jovens rainhas, na sociedade tranqüila dos universos! Eu sou o proscrito que viaja sempre e tem o infinito por pátria. Acusam-me de incendiar os planetas que aqueço e de atemorizar os astros que ilumino; censuram-me de perturbar a harmonia dos universos porque não giro ao redor dos seus centros particulares e os prendo uns aos outros, fixando meus olhares no centro único de todos os sóis. Fica, pois, sossegada, bela estrela fixa, não quero tirar a tua luz tranqüila; pelo contrário, esgotarei por ti a minha vida e o meu calor. Poderei desaparecer do céu quando me tiver consumido; a minha sorte terá sido tão bela! Saiba que no templo de Deus ardem fogos diferentes que lhe dão glória; tu és a luz dos candelabros de ouro, e eu a chama do sacrifício: realizemos os nossos destinos.
Acabando estas palavras, o cometa sacode a sua cabeleira, cobre-se com a sua couraça ardente e se lança nos espaços infinitos em que parece desaparecer para sempre.
É assim que aparece e desaparece Satã, nas narrações alegóricas da Bíblia.
Um dia, diz o livro de Jó, os filhos de Deus tinham vindo para se apresentarem ao Senhor e, entre eles, também estava Satã, a quem o Senhor perguntou: Donde vens?
E ele respondeu: Fiz a volta da terra e a percorri.
Eis como um evangelho gnóstico, encontrado no Oriente por um sábio viajante, nosso amigo, explica, em proveito do simbólico Lúcifer a gênese da luz:
“A verdade que se conhece é o pensamento vivo. A verdade é o pensamento que está em si mesmo; e o pensamento formulado é a palavra. Quando o pensamento eterno procurou uma forma, disse: “Faça-se a luz!”
Ora, este pensamento que fala é o Verbo; e o Verbo diz: “Faça-se a luz, porque o próprio Verbo é a luz dos espíritos”.
A luz incriada, que é o Verbo divino, irradia porque quer ser vista; e quando diz: “Faça-se a luz!”, ordena aos olhos que se abram; criam inteligências.
E quando Deus disse: “Faça-se a Luz!”, a inteligência foi feita e a luz apareceu.
Ora, a inteligência, que Deus tinha vertido do sopro da sua boca, como uma estrela desprendida do sol, tomou a forma de um anjo esplêndido e o céu o saudou com o nome de Lúcifer.
A inteligência despertou-se e compreendeu totalmente a si mesma ao ouvir esta palavra do Verbo divino: “Faça-se a luz!”
Ela sentiu-se livre, porque Deus lhe tinha ordenado de o ser; e respondeu, levantando a cabeça e estendendo as suas asas:
- Não serei a escravidão!
- Serás, pois, a dor? – perguntou-lhe a voz incriada.
-Serei a Liberdade! – respondeu a voz.
- O orgulho te seduzirá – retrucou a voz suprema – e produzirás a morte.
- Tenho necessidade de lutar contra a morte para conquistar a vida – disse ainda a luz criada.
Deus, então, desprendeu do seu seio o fio de esplendor que retinha o anjo soberbo e, vendo-o lançar-se na noite que assinalava de glória, amou o filho do seu pensamento e, sorrindo com inefável sorriso, disse a si mesmo: “Como a luz era bela!”
Deus não criou a dor; é a Inteligência que a aceitou para ser livre. E a dor foi a condição imposta ao ser livre, por aquele que é o único que se não pode enganar, porque é infinito.
Porque a essência da inteligência é o juízo; e a essência do juízo é a liberdade.
O olho percebe realmente a luz exclua pela faculdade fechar-se e abrir-se. Se fosse forçado a estar sempre aberto, seria escravo e vítima da luz; e, para fugir desse suplício, cessaria de ver.
Assim, a Inteligência criada não só é feliz de afirmar a Deus pela liberdade que tem de negar a Deus. Ora, a Inteligência que nega, afirma sempre alguma coisa, pois afirma a sua liberdade.
É por isto que o blasfemo glorifica a Deus; é por isso que o inferno era necessário à felicidade do céu.
Se a luz não fosse repelida pela sombra, não haveria formas visíveis.
Se o primeiro dos anjos não tivesse afrontado as profundezas da noite, a parturição de Deus não teria sido completa e a luz criada não teria podido separar-se da luz por essência.
Jamais a Inteligência teria sabido quanto Deus é bom, se nunca o tivesse perdido!
Jamais o amor infinito de Deus teria brilhado nas alegrias da sua misericórdia, se o filho pródigo do céu tivesse ficado na casa de seu pai.
Quando tudo era luz, a luz não estava em parte alguma; ela estava contida no seio de Deus que estava em trabalho para a produzir. E quando disse: “Faça-se a luz!”, permitiu que a noite repelisse a luz e o universo saiu do caos.
A negação do anjo que, ao nascer, recusou ser escravo, constituiu o equilíbrio do mundo e o movimento das esferas começou.
E os espaços infinitos admiraram este amor da liberdade, tão imenso para encher o vácuo da noite eterna e tão forte para suportar o ódio de Deus.
Mas Deus não podia odiar o mais nobre de seus filhos, e só o experimentava, pela sua cólera, para confirmá-lo no seu poder.
Por isso, o próprio Verbo de Deus, como se tivesse inveja de Lúcifer, quis descer do céu e atravessar triunfalmente as sombras do inferno.
Quis ser proscrito e condenado; e meditou adiantadamente a hora terrível em que exclamaria, no extremo do seu suplício: “Meu Deus! Meu Deus! por que me abandonaste?” (*1)
Como a estrela da manhã precede o sol, a insurreição de Lúcifer anunciou à natureza nascente a próxima encarnação de Deus.
Talvez Lúcifer, caindo na noite, arrastou uma chuva de sóis e estrelas por atração da sua glória!

ELIPHAS LEVI - O DOGMA

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You know the old sovereign of the world , which always goes and never gets tired ?
All disorderly passions , all voluptuosidades selfish , unbridled forces of all humanity and all tyrannical weaknesses precede the miserly owner of our valley of tears , and with the sickle in hand , these indefatigable workers make an eternal harvest.
The queen is old as time , but hides his skull beneath the remains of the beauty of the women she steals their youth and their loves .
His head is covered with cold hair not belonging to you . Since the hair of Berenice , all bright stars , even the hoary hairs early, the executioner cut off the head of Marie Antoinette , the exploitative of the crowned foreheads adorned with the spoils of the queens .
Its pale , icy body is covered in faded rags embellishments and papers .
His bony hands full of rings and hold diadems and irons , scepters and bones , jewels and ashes .
When she passes the doors open by themselves ; enters through the seem , piercing even in the alcoves of kings , comes surprise spoilers of the poor in their most secret orgies , sits at his desk and gives them drink , smiles to their corners with their teeth without gums , and takes the place the impure courtesan who hides under their skirts .
Like walking along the voluptuous that fall asleep ; Search caresses as if waiting to warm up in their hugs , but overall everything it touches and is never heated . However , sometimes we would say is that with vertigo ; she does not stroll more slowly runs ; and if your feet are not very fast whipping his hips a pale horse and spear all jaded by the crowds . Galloping with her murder a Russian horse ; fire , extending his mane of smoke , flies in front of her , moving her red and black wings , and famine and pestilence to follow step by step, in unhealthy and emaciated horses , picking rare spikes she forgets to complete his harvest.
After this funereal procession come two radiant smile and living children , intelligence and
the love of the age , the dual genius of mankind to be born .
Before them , the shadow of death recede as the night before the star of the dawn ; plow the land and sow it lightly , by handfuls , hope for another year .
However, death will not come , relentless and terrible , brush , dry grass as the ripe ears of the coming century ; it will yield the place to the angel of progress that give off softly souls of their mortal chain , to make them rise to God.
When men know live, not die any more ; they will become like the chrysalis that becomes a bright butterfly .
The terrors of death are sons of our ignorance , and death itself is not as horrendous
but the remains of which are copper and the dark color, which surround your images. Death is truly the work of life .
There is a force in nature that does not die , and this force continuously transforms beings to preserve . She is the reason or nature of the verb .
There is also a similar force in man to nature , and this force is the reason or the word of man . The word of man is the expression of his will directed by reason.
This verb is omnipotent when it is reasonable , because it is so similar to the word of God.
By the verb of his reason , man makes himself conqueror of life and death can triumph .
The whole life of man is only parturition or abortion of its verb. Human beings who die without having understood and without having formulated the word of reason, die without eternal hope .
To combat advantage against the specter of death is necessary to have the man identified with the realities of life .
What matters to God who dies an abortion , since life is eternal ? What matters to their nature a rant that perishes , since always alive reason retains the keys of life ?
The terrible and fair force that kills abortions eternally was called by the Hebrews Samael ; by Eastern , Satan ; and by the Latins , Lucifer.
The Lucifer of the Cabala is not a damn and struck angel is the angel who enlightens and regenerates burning ; is for the angels of peace what the comet is to the quiet stars of the constellations of spring.
A fixed star is beautiful , radiant and calm ; her breath smells heavenly and looks to love their sisters ; dressed in his splendid garb and forehead adorned with diamonds , she smiles , singing her song the morning and afternoon ; enjoys an eternal repose which nothing can disturb , and moves solemnly , without leaving the place that is given to him between the sentinels of light .
However , the wandering comet , all bloodied and disheveled , rushes from the depths of the sky ; rushes through the peaceful spheres , like a chariot among the ranks of a procession of vestal ; dare brave the flaming sword of the sun guards , and , as a loving wife looking for her husband for their nights dreaming of widowhood, piercing even to the tabernacle of the king of days , then runs off , exhaling the fires that devour and dragging after him a over fire ; the stars pale their approach , the constellated sheep grazing on flowers of light in the vast plains of the sky seem to escape his terrible breath . The Grand Council of the stars meets , and woe is universal : the most beautiful of the fixed stars is ultimately responsible for speaking on behalf of the entire sky and propose peace to messenger hobo .
My brother - she says - Why so disturbed the harmony of our sphere ? What harm we have done to you and why , instead of wandering at random, not fixed you in your place in the court of the sun ? Why do not you come with us to sing the anthem of late, overdressed , like us, with a white outfit that holds the chest by a diamond brooch ? Why let float through the vapors of the night , your hair, which oozes a sweat fire ? Oh ! If tomasses a place among the sons of heaven , as partnerships more beautiful! Your forehead would not inflamed by the fatigue of your unprecedented career ; Your eyes would be pure and thy forehead would be smiling white and reddish as of thy happy sisters ; all the stars would know thee, and , far from fearing thy passage , would rejoice at your approach ; because you'd be bound to us by the indestructible bonds of universal harmony , and your existence would be one more voice in the song of undying love .
And the comet replies to the fixed star :
Think not , O my sister, who can go wrong at random and disturbing the harmony of the spheres ; God drew my path as yours, and my career seems uncertain and you slut , it's because your rays could not extend so far as to cover the contour of the ellipse given to me by career. My inflamed hair is the beacon of God ; I am the messenger of the suns and strengthen me in their fires to share on my way to new worlds that do not have enough heat , and aged stars who are cold in their solitude . If afadigo me on my long trips , if I'm in a less attractive than your beauty , if my ornament is less virginal , do not leave , so be like you , a noble son of heaven . Let me the secret of my terrible destiny , leave me the wonder that surrounds me , curse me , if you can not understand me : I will not fail , therefore, to perform the work that was imposed on me and I will continue my career under the impulse of the breath of God ! Happy rest of the stars and shining , as young queens , in the quiet company of universes ! I am the outcast who always travels and has infinite by country. Accuse me of burning planets warm up and terrorize the stars that brighten ; accuse me of disturbing the harmony of the universe because they do not turn around their particular centers and attach them to each other , fixing my eyes on the single center of all suns . Thus, it is quiet , beautiful fixed star , does not want to take your quiet light ; instead esgotarei for you my life and my heat. I can disappear from heaven when you have consumed me ; my luck will have been so beautiful ! Know that in the temple of God burn different fires that give glory to him; You are the light of the golden candlesticks , and I flame of sacrifice : make real our destinations .
Finishing these words , the comet shakes his mane , covers with its fiery armor and launches the infinite spaces that seems to disappear forever.
This is how Satan appears and disappears , in the allegorical narratives of the Bible .
One day , says the book of Job , the sons of God came to present themselves to the Lord and , between them , was also Satan , whom the Lord said : Whence comest thou ?
And he answered : I did the back and scoured the earth .
Here's how a Gnostic gospel , found in the East by a wise traveler, our friend explained , for the benefit of the symbolic Lucifer the genesis of light :
" The fact that we know is living thought . The truth is the thought that is in itself; thinking and formulated is the word . When the eternal thought sought a way , said : " Let there be light! "
Now this thought which speaks is the Word ; and the Word says : " Let there be light, because the Word itself is the light of spirits."
The uncreated light , which is the divine Word , radiates because he wants to be seen ; and when he says : " Let there be light ," commands the eyes to be opened ; create intelligences .
And when God said " Let there be Light," the intelligence was taken and the light appeared .
However, the intelligence that God had poured the breath of his mouth , like a detached sun star , took the form of a splendid angel and sky greeted him with the name of Lucifer .
The intelligence is awakened and fully understood herself to hear the word of the Divine Word : " Let there be light! "
She felt free , because God had commanded him to be so ; and replied , raising his head and extending his wings :
- I will not be slavery !
- You will be therefore the pain ? - Asked the uncreated voice.
- Am I the Liberty ! - Replied the voice .
- Pride will seduce you - the supreme voice replied - and produzirás death .
- I need to fight to death to conquer life - also said the light created .
God then loosened from her bosom the thread of radiance which retained the superb angel and saw him throw himself on the night that marked the glory, loved the thought of your son and smiling with ineffable smile, said to himself : " As the light was beautiful ! "
God did not create the pain ; Intelligence that is accepted to be free . And pain was the condition imposed to be free, by him who is the only one who can not cheat , because it is infinite.
Because the essence of intelligence is judgment ; and the essence of judgment is liberty .
The eye perceives the light actually delete the college close and open. If it was forced to always be open , slave and victim would be light ; and , to escape this ordeal , cease to see .
Thus, created Intelligence is not only happy to affirm God for the freedom we have to deny God . Now , the Intelligence which denies , always says something, it asserts its freedom.
This is why the blasphemous glorifies God ; is why the hell it was necessary to the happiness of heaven .
If light were not repelled by shadow, there would be no visible forms .
If the first angels had not braved the depths of the night , the parity of God would not have been complete and the light could not have created to separate the light from essence.
Intelligence never would have known that God is good , it never lost it !
Never the infinite love of God would have shone in the joys of his mercy , the prodigal son of heaven had been in his father's house .
When all was light , the light was nowhere ; it was contained in the bosom of God who was in labor to produce . And when he said : " Let there be light" , let the night repelled the light and the universe out of chaos .
The denial of the angel who at birth refused to be a slave , was the balance of the world and the movement of the spheres began .
And the infinite spaces admired this love of freedom , so immense to fill the void of eternal night and so strong to withstand the hatred of God .
But God could not hate the noblest of their children , and only experienced by his anger , to confirm him in his power .
Therefore , the Word of God , as if jealous of Lucifer wanted to come down from heaven and triumphantly through the shadows of hell .
Wanted to be proscribed and condemned ; and advance mused the terrible time that exclaim , in the extreme of his ordeal : " My God ! My God ! why have you forsaken me ? " ( * 1 )
As the morning star precedes the sun , the uprising of Lucifer announced to the nascent nature of the next incarnation of God .
Perhaps Lucifer, falling at night , dragged a rain of suns and stars by attraction of his glory !


Eliphas Levi - The DOGMA

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