De Neófito a Mestre, Práticas e definições
As tradições clássicas e veneráveis, afirmam que o universo é UNO, e que nenhuma parte deste universo está separada. Tudo que existe no universo é, portanto, a expressão da unidade que subsiste por meio de todas as coisas. Um mesclado Onipotente que incorpora matéria, energia e espírito, a grande máquina da vida, que se opõe à Lei da física que diz que duas coisas não ocupam o mesmo lugar.
TENDO CRIADO O UNIVERSO, COM UM FRAGMENTO DE MIM MESMO, EU PERMANEÇO... diz a Deidade na escritura hindu, o BHAGAVAD GITA.
o Uno transcendental, de acordo com os ensinamentos mágicos, está refletido nas águas, do caos e da noite antiga, e essa reflexão do Supremo, conhecida como Adam Kadmom, traz a ordem ao Caos.
Como descreve um ritual de magia:
'' no começo havia o caos e as trevas e os portais da terra e da noite. E o caos clamou pela unidade.''
A alma do homem é parte de um universo maior e é ela própria uma réplica desse universo. Na Ordem costuma-se dizer que o homem é o microssomo dentro do macrossomo, o pequeno universo dentro do Universo maior. Para o Mago, não existe algo que se pareça com a chamada matéria morta no sentido vitoriano.
O que vemos como um simples pedaço de metal, para o Mago é a aparência material de inumeráveis centros de energia, saindo dos planos dos mundos invisíveis para o centro ativo de tudo. O Cosmo preenche a Terra, e para o verdadeiro Mago, nada é vulgar ou sujo, tudo serve a um propósito e é expressão de experiência e conhecimento.
Na filosofia da magia, não existe dicotomia entre espírito e matéria, tudo não passa de expressão de toda a vida que tudo permeia. Acreditando nisso, o Mago, conclui que, assim como o poder da unidade se manifesta por intermédio dos planos, cada um em seu nível, o Mago, vendo como o Supremo constitui o seu serviço em ordem perfeita, não se vê como um estranho no universo, nem mesmo como um ser apartado dele, mas como parte dessa diversidade viva na unidade.
Desviando o olhar das moradas celestiais, o Mago se vê em MALKUT, o Reino da Terra, e percebe que essa existência imperfeita, frustrante no corpo físico, é imperfeita porque, embora conheça via intelecto, as realidades por traz das aparências, ele ainda não foi capaz de perceber essa realidade no plano físico.
Na entrada do Templo do oráculo, na antiguidade estava escrito:
GNOTHI SE AUTON,
que quer dizer: CONHECE A TI MESMO.
E é essa a verdadeira busca do verdadeiro Mago, seguindo esse raciocínio, o Mago descobre um mundo decaído, onde nada mais importa, apenas conhecer sua verdadeira ORIGEM.
Esse é o objetivo supremo do Mago. Tudo mais, trabalhos, encantamentos, rituais, círculos, espadas e varas, tudo não passa de meios pelos quais ele chegará com triunfo ao final, tendo-se unido a esse verdadeiro EU, que um dia, voltará ao seu lugar de origem.
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